O género Apistogramma abrange variadíssimas espécies, muitas ainda por descobrir, catalogar e documentar, no entanto, existe uma em particular que apresenta como característica física principal, três belas faixas que percorrem o seu magnífico corpo, o seu nome é Apistogramma trifasciata e é dele que irei falar. O Apistogramma

O seu nome deve-se ao facto de que este Apistogramma apresenta uma característica muito própria, isto é, tem uma faixa a mais do que será normal nas espécies de Apistogramma, ficando esta situada entre a faixa lateral e a faixa da bochecha, delineando um percurso que será mais ou menos desde o olho até à base da cauda anal.
Como todos os Apistogramma, o trifasciata é endémico da América do Sul, sendo encontrado em países como o Brasil, Bolívia, Paraguai e a Argentina, mais especificamente o Apistogramma trifasciata poderá ser encontrado no sistema do Rio Paraguai, no Rio Paraná e também no Rio Guaporé, rio este que corre até ao Rio Madeira estando assim ligado indirectamente com o Rio Amazónico.

As fêmeas têm então um corpo mais amarelado, amarelo esse que se intensifica quando a fêmea entra em fase de procriação. A dorsal é também meio amarelada sendo que os primeiros raios já não se estendem como no caso do macho e apresentam uma cor preta. Ao nível de tamanho, em média um macho poderá atingir os 6cm, já a fêmea fica-se em média pelos 4cm. No que diz respeito à sua manutenção deveremos dar bastante atenção a três factores importantíssimos para manter em excelentes condições estes magníficos animais, são eles: água, decoração e alimentação.
A água é algo que deveremos ter sempre debaixo de olho, pois deve apresentar sempre as características específicas para o Apistogramma trifasciata, isto é, ser ácida e mole. Deverá ter um pH entre 5.8 e 6.5, uma dureza menor ou igual a 4ºdGH, uma condutividade menor que 150µS/cm e uma temperatura entre os 20ºC e 29ºC. No que diz respeito à decoração esta deverá representar ao máximo o habitat natural deste animal, devido a isso, teremos de dispor de um aquário com um mínimo de 50 litros de agua, devendo este ter alguma areia e estar repleto se possível de troncos, raízes, folhas secas e algumas plantinhas se necessário. Este tipo de decoração permitirá assim obter de maneira natural as tais características de água necessárias à manutenção do Apistogramma trifasciata.
A alimentação será outro dos aspectos super importantes nunca devendo ser deixada para segundo plano. Deveremos dar aos nossos animais sempre que possível comida fresca e viva, apesar destes aceitarem com alguma facilidade e paciência a comida em flocos e sticks especialmente confeccionada para ciclídeos anões sul-americanos. Tendo em vista a sua reprodução o criador deverá ter em mente os aspectos acima referidos, sendo que a boa qualidade da água e uma boa alimentação será meio caminho andado para se conseguir a tão desejada procriação. Para a desova deverá ser colocado no aquário um coco ou então um pequeno vaso de barro para que a fêmea possa lá colocar os ovos.
Na fase de reprodução como já havia sido dito mais acima a fêmea veste o seu belo vestido amarelo e começa a fazer o seu ritual de dança tendo como objectivo principal captar a atenção do macho, quando o macho se sente atraído pelas danças da fêmea este irá com ela para dentro do coco ou vaso e lá irão fazer a postura, depois da postura efectuada o macho é normalmente escorraçado e a fêmea ficará encarregue

Os alevins deveram ser alimentados sempre que possível com artémia recém eclodida, vermes de grindal, micro vermes, etc. É de salientar o crescimento lento do Apistogramma trifasciata quando comparado com outras espécies de Apistogramma, por isso o criador terá de ter muita paciência e não desanimar porque no fim irá ver o seu esforço bastante recompensado.
É assim o Apistogramma trifasciata, um belo peixe, de comportamento fascinante, ou não fosse ele um ciclídeo na verdadeira ascensão da palavra, ao alcance de praticamente todo o aquariofilo. Espero com este documento poder ajudar a fazer compreender melhor o Apistogramma trifasciata.
Abraço,
3 comentários:
Caro colega dos amantes dos apistogrammas, primeiramente, parab�ns pelo artigo (Apistogramma trifascitae, 14 de fevereiro de 2006) pelas lindas fotos dessa maravilhosa esp�cie que � o trifasciata. Seu artigo me motivou a adquirir um casal a umas duas semanas atr�s. Fiquei muito satisfeito ao ver que o casal se adaptou muito bem ao meu aqu�rio. Cuidei bastante para deixar o tanque da forma como foi descrita no seu texto. Apesar de, aparentemente, tudo estar em ordem, h� um problema que n�o consigo imaginar uma solu�o: parace que o macho n�o conegue reconhecer o seu par como uma f�mea, pois ao v�-la, ele a afasta de seu territ�rio como se fosse um outro macho. N�o entendo que tipo de comportamento � este. S� tenho certeza que os dois formam um casal, uma vez que nota-se com bastante clareza a cor amarelada da f�mea as tr�s faixas nos dois. Ficaria muito agradecido se o amigo pudesse me trazer um esclarecimento a este esquisito fato, ser� que trata-se de um macho homosexual? Abra�o/Adriano
Olá Adriano. os cichlideos de um modo geral são territorialistas e quando nao estao em epoca de acasalamento, eles nao se suportam. entretanto, a femea deverá manifestar interesse pelo macho e o atrairá. aí sim ele ficara apaixonado e formara um casal.
Abraço
Bom dia Aquazine. Também parabenizo pelo texto e pela iniciativa de escrever a respeito destas criaturas formidáveis (A. trifasciata). Apaixonado pelos Apistogrammas, atualmente tenho duas espécies, A. borelli e A. cacatuoide. Ambas espécies reproduzindo com relativo sucesso. Gostaria de saber como conseguiria um casal de trifasciata. Caso possa me ajudar me escreva. Obrigado.
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