segunda-feira, setembro 25, 2006

Nannacara anomala - "Amor e Ódio"

Não sei ao certo, indicar com exactidão, quando é que esta espécie começou a provocar-me aquela característica sensação de que tinha de a manter, custa se o que custa se. O que é certo é que depois de fazer alguma pesquisa sobre a espécie acabei por arranjar um jovem casal, isto é, na altura não tinha ainda a certeza de que era um casal pois os espécimes eram bastante jovens.

Tratando-se de um típico ciclídeo anão sul-americano optei por montar um pequeno aquário com cerca de 60 litros de volume, algo que se veio a revelar como insuficiente. No aquário dispus areia de rio, alguns troncos e raízes e uma pequena casca de coco como local de possível e futura desova. Como flora tinha alguns fetos e musgo de Java. A filtragem era feita por um pequeno filtro interno, no qual coloquei alguma turfa expandida de modo a acidificar um pouco a água do aquário. Como companhia tinham 5 Paracheirodon innesi, mais conhecidos por Tetra Neon.

Características Gerais:

Como referi anteriormente, a Nannacara anomala trata-se de um pequeno ciclídeo anão sul-americano que se encontra principalmente no Litoral das Guianas Britânicas, mais concretamente no Rio Essequibo. O nome da espécie deriva da palavra em latim "anomalus" que significa raro, pouco vulgar. Esta palavra foi usada por Regan em 1905 para descrever esta espécie como algo raro, impar.

Dimorfismo Sexual:

Apesar de poder existir alguma dificuldade em fazer a distinção de sexos num estado ainda juvenil, pode-se no entanto fazer essa mesma distinção em espécimes adultos sem qualquer dificuldade. Normalmente os machos apresentam um crescimento maior a rondar os 7cm, já as fêmeas ficam se pelos 4cm. Por outro lado, os machos têm uma cor verde metálico, ou ocasionalmente uma cor assim a puxar para o bronze. As fêmeas são assim mais para um cinzento amarelado e quando estão em stress ou reprodução podem apresentar um padrão xadrez.

Condições Alojamento:

Para esta espécie, e falando por experiência própria, aconselho no mínimo uns 100cm frontais de aquário para um casal, devo dizer que esta foi talvez a espécie de ciclídeo mais agressiva que mantive até à data. Para fins reprodutivos o aquário deverá ter bastantes esconderijos, se possível muitas plantas, para que ambos os espécimes se possam esconder visto que quando entram em fase de acasalamento a agressividade aumenta drasticamente.

Numa primeira fase é o macho que persegue a fêmea intensamente, mas depois da postura os papéis invertem passando o macho a ter de se esconder das investidas proteccionistas da fêmea. No que trata à alimentação é uma espécie que não apresenta qualquer tipo de problemas, come praticamente um pouco de tudo, desde os típicos flocos à comida congelada e viva. Quem tiver possibilidade aconselho vivamente a colectar larvas de mosquito preta que os peixes vão adorar. Quanto à química da água esta deverá apresentar um pH entre 5 e 8 sendo que um pH de 6.5 será o ideal. A água deverá ser mole com uma dureza inferior a 10º dGH e uma temperatura entre os 23Cº e 27Cº.

Para finalizar devo dizer que este foi um dos ciclídeos anões sul-americanos que mais prazer me deu manter, aqueles olhos esbugalhados são algo de fenomenal, só me fazem lembrar os olhos atentos e sábios de uma coruja. Experimentem!

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Abraço,

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